𝐉𝐎𝐍𝐀𝐒 𝐌𝐀𝐋𝐇𝐄𝐈𝐑𝐎 𝐒𝐀𝐕𝐈𝐌𝐁𝐈: 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐀𝐃𝐎𝐒 𝟐𝟐 𝐀𝐍𝐎𝐒 𝐐𝐔𝐄 𝐀𝐍𝐆𝐎𝐋𝐀 𝐓𝐄𝐌𝐎𝐒 𝐃𝐄𝐏𝐎𝐈𝐒 𝐃𝐀 𝐒𝐔𝐀 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐄?
Assinala-se nesta quinta-feira, 22 de fevereiro, os 22 anos da morte de Jonas Malheiro Savimbi, fundador da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA). O líder do maior partido na oposição, morreu em combate nas chanas do Leste, província de Moxico, onde esteve enterrado até 2019, ocasião em que os restos mortais foram exumados, entregues à família e à UNITA e sepultado na sua terra natal, Lopitanga.
A UNITA foi fundada nas matas do Moxico em 1966 por Jonas Malheiro Savimbi. Na sua criação, o "Galo Negro" adoptou cinco princípios como pilares estruturantes: a liberdade e independência, a democracia assegurada pelo voto, soberania do povo, igualdade na pátria de nascimento, além de priorizar o campo para beneficiar a cidade.
𝗘 𝘀𝗲 𝗦𝗮𝘃𝗶𝗺𝗯𝗶 𝗳𝗼𝘀𝘀𝗲 𝗣𝗿𝗲𝘀𝗶𝗱𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗱𝗲 𝗔𝗻𝗴𝗼𝗹𝗮?
Ouvido pela DW, David Tchiovo, secretário-adjunto da UNITA no Cuando Cubango, afirma que os ideais de Savimbi continuam a guiar o partido.
"Neste preciso momento nós temos um partido noutras condições políticas que permitem com o projeto Muangai, tivemos a liderança do mais velho Samakuva que estabilizou o partido e agora temos o outro líder e também carismático“.
David Tchiovo sublinha que a UNITA continua forte.
"Se não fosse forte não teríamos o resultado que nós tivemos e em todos os pleitos eleitorais os resultados tendem sempre a subir a favor do partido", destaca.
𝗦𝗮𝘃𝗶𝗺𝗯𝗶 𝗱𝗲𝘃𝗲 𝘀𝗲𝗿 "𝗶𝗺𝗼𝗿𝘁𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗱𝗼"
O nome de Savimbi também esteve envolto em controvérsias. Ainda no mês passado, familiares de membros da UNITA assassinados supostamente por ordem de Savimbi lembraram que estão à espera do esclarecimento desses casos e de um pedido de desculpas.
A direcção da UNITA continua a recusar aceitar responsabilidade pela morte de vários membros da família Chingunji que jogou um papel importante na formação do “Galo Negro” e posteriormente no seu reconhecimento pela comunidade internacional após o começo da Guerra civil, disse o politico angolano “Dinho” Chigunji à Voz da América.
Por outro lado, Dinho Chingunji, diz ter escapado de ser morto porque recusou regressar aos territórios controlados pela UNITA durante a guerra civil, disse à VOA que após a morte de Jonas Savimbi, os dirigentes da UNITA recusaram abordar o assunto, valendo-se de declarações do próprio Savimbi que reconheceu as mortes, mas disse não ser o responsável.
Mesmo agora com a UNITA dirigida por um presidente que não fez parte da liderança do movimento durante a guerra civil, o partido recusa abordar a questão, apesar do país estar a atravessar um período de reconciliação em que o partido no poder, o MPLA, já aceitou responsabilidade por crimes cometidos, como por exemplo nos acontecimentos de 27 de Maio de 1977, disse Dinho Chingunji.
Já o politólogo Joaquim Ernesto apresenta uma visão diferente a do Chingunji, afirma que Jonas Malheiro Savimbi é uma figura incontornável na história de Angola, que tem de ser valorizada.
"O que tem que se fazer é, na verdade imortalizar o Dr. Jonas Savimbi, a história deve-se repor", sublinha. "
"Eu não consigo perceber como é possível diabolizar Jonas Savimbi. De certa maneira, ele deve constar nos programas curriculares, nos programas de ensino e aprendizagem como aquela pessoa que fez parte da galeria dos que se debateram pela independência desta Angola", defende o analista.
O ativista João Mateus, mais conhecido por "Jonh MC", considera que o líder histórico da UNITA defendia os melhores interesses dos angolanos e tinha mão no partido:
"Conseguimos perceber que Malheiro Savimbi foi mais rígido", afirma.
A UNITA, continua, tinha mais expressão do que hoje: "Acredito que poderíamos ficar um pouquinho mais descansados, porque tínhamos uma oposição, estamos a falar concretamente de um líder que conhecia direitos e estatutos orgânicos do partido".
𝗦𝗮𝘃𝗶𝗺𝗯𝗶 𝗲 𝗮 𝘃𝗮𝗹𝗼𝗿𝗶𝘇𝗮çã𝗼 𝗱𝗮 𝗱𝗶𝗴𝗻𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗵𝘂𝗺𝗮𝗻𝗮 (𝗔𝗻𝗴𝗼𝗹𝗮).
Adalberto Costa Júnior, que discursava num ato de massa, para assinalar o 89º aniversário de nascimento de Jonas Savimbi, destacou a trajetória política e de luta do líder fundador, na defesa da dignidade da pessoa humana, democracia e do pluralismo político.
Para Adalberto da Costa Júnior, Jonas Savimbi é um homem que viveu e conseguiu interpretar as ansiedades do seu povo, tendo dedicado toda a sua trajetória de vida à luta pelo desenvolvimento do seu povo.
𝗜𝗻𝘁𝗲𝗿𝗲𝘀𝘀𝗲 𝗱𝗼 𝗽𝗼𝘃𝗼 𝗮𝗰𝗶𝗺𝗮 𝗱𝗲 𝘁𝘂𝗱𝗼
O presidente da UNITA apelou aos seus correligionários para a necessidade da atual geração de políticos do seu partido continuar a engajar-se na materialização dos valores do líder fundador, que passam por colocar o interesse das comunidades no centro das suas ações.
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