GREVE GERAL PODE ARRANCAR ESTA QUARTA-FEIRA, POR FALTA DE CONSENSO ENTRE AS CENTRAIS SINDICAIS E O GOVERNO ANGOLANO
Luanda: As centrais sindicais angolanas
reafirmaram esta segunda-feira, 18 de Março, que mantém a greve geral, com
início previsto para quarta-feira, 20, lamentando a falta de propostas
concretas do Governo sobre as suas reivindicações, em seis rondas negociais já
realizadas.
Fonte: Ang24h
A confirmação da paralisação foi
apresenta em conferência de imprensa, em Luanda, pelas três centrais sindicais
angolanas que “exigem” aumento do salário mínimo nacional e redução do Imposto
sobre o Rendimento de Trabalho (IRT), que durante seis rondas negociais, desde
dezembro passado, o executivo angolano não apresentou respostas plausíveis.
“Reiteramos a greve e explicamos,
acima de tudo, à opinião pública nacional e internacional as motivações que nos
levaram a fazer a greve, uma vez que o governo durante seis rondas negociais,
desde dezembro passado, não apresentou respostas plausíveis”, disse o porta-voz
dos sindicatos, Adriano Manuel.
A Força Sindical, União Nacional
dos Trabalhadores de Angola – Confederação Sindical (UNTA-CS) e a Central Geral
de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), são as três centrais
sindicais que convocaram greve geral.
Fases da greve
A greve deve decorrer em três
fases, com um primeiro período de três dias entre 20 e 22 de março, um segundo
entre 22 e 30 de abril e um terceiro período de 03 a 14 de junho de 2024.
Exigência do aumento
As centrais sindicais começaram por
exigir o aumento do salário mínimo dos atuais 32.000 kwanzas (35 euros), para
245.000 kwanzas (268 euros), proposta “flexibilizada”, entretanto, para 100.000
kwanzas (109 euros).
Sindicatos exigem a presença de
seus representantes no INSS
Adriano Manuel referiu ainda que os
sindicatos exigem também a presença de seus representantes no conselho de
administração do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) angolano,
recusada pelas autoridades.
“Da proposta inicial (do salário
mínimo nacional) nós também flexibilizámos para 100 mil kwanzas e isso é que o
governo não está a dizer”, salientou, acrescentando que os sindicatos querem
também participar na gestão do INSS (Instituto Nacional de Segurança Social).
“O dinheiro do INSS é nosso e era
bom que os trabalhadores também fossem aí representados”, argumentou.
MPLA aconselha acordo entre o
executivo angolano e os sindicatos para evitar a greve geral
O MPLA, partido no poder em Angola,
manifestou-se hoje confiante num acordo entre o executivo angolano e os
sindicatos para evitar a greve geral convocada para quarta-feira, 20 de março,
apoiando um aumento do salário mínimo de forma faseada até 2027.
Em conferência de imprensa em
Luanda, o porta-voz e membro do Bureau Político do Movimento Popular de
Libertação de Angola (MPLA), Esteves Hilário, considerou que o executivo deve
prosseguir as negociações com as centrais sindicais, realçando que 80% das
propostas do caderno reivindicativo foram já atendidas.
Sindicato: Partido do poder não
está a ser patriota
Em relação à posição do MPLA,
Adriano Manuel, também presidente do Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos,
disse que o partido no poder convidou os sindicatos a serem patriotas, tendo
questionado se patriotismo se traduzia em aceitar uma refeição por dia.
“Acho que o partido do poder não
está a ser patriota ao nos permitir que continuemos nessa condição de vida”,
atirou.
Questionado sobre um possível
consenso entre as centrais sindicais e o Governo angolano, Adriano Manuel
respondeu: “Nós também acreditamos nesse consenso desde que o Governo de Angola
trate o cidadão angolano com humanismo, porque se assim for teremos consenso”.
“Mas, o que temos verificado são
atitudes desumanas na mesa de negociações”, concluiu o porta-voz das centrais
sindicais.
BENGUELA7 A NOTÍCIA EM TEMPO REAL
Comentários
Enviar um comentário