ARRANCOU A GREVE GERAL DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS QUE VAI DE 22 A 30 DE ABRIL, PEDINDO MELHORIA SALARIAL
Benguela: A segunda
fase da greve geral dos funcionários públicos arrancou na manhã desta segunda-feira,
22 de abril, em todo país, convocada pelas centrais sindicais angolanas que,
segundo as centrais sindicais, vai durar 8 dias, entre 22 a 30 de abril, face à
falta de resposta do Governo às exigências apresentadas, essencialmente a
atualização salarial e a redução do IRT (Imposto de Rendimento de Trabalho).
Redação: Benguela7/ANG24H
O facto
de não haver respostas às exigências e propostas, bem como “predisposição” da
parte do Governo “para encontrar soluções”, os trabalhadores voltaram novamente
à greve geral interpolada.
Nas escolas
e em outras instituições públicas, é notório a paralisação dos trabalhadores. Em
Benguela, a equipe do B7, constatou nas escolas Complexo Escolar BG 1001, 1005,
1008, entre outras instituições.
Recorda-se que Teixeira Cândido, secretário-geral
do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) e porta-voz da greve, lembrou na sexta-feira,
última em conferência de imprensa, que as negociações entre as partes decorrem
desde 28 de dezembro de 2023, para responder ao caderno reivindicativo
apresentado ao Presidente da república, João Lourenço, em setembro do ano
passado.
“Nós
fizemos sete reuniões, uma verdadeira maratona, as centrais sindicais
flexibilizaram em todas as questões principais, na expectativa de encontrar uma
solução”, referiu, Teixeira Cândido.
O
porta-voz das centrais sindicais afirmou que as reivindicações dos
trabalhadores não visam um aumento salarial, mas sim, a sua atualização para
fazer face à perda do poder de compra, tendo como referência o atual preço da
cesta básica e o entendimento das Nações Unidas sobre extrema pobreza.
“Este
nosso caderno reivindicativo está a ser visto como sendo uma exigência absurda,
não estamos a exigir que o Estado dêem-nos dinheiro para passar férias. Nós
estamos a dizer que os salários que hoje são pagos, não são capazes de prover
às famílias o mínimo existencial, que, traduzido, é comer”, frisou.
De acordo
com Teixeira Cândido, a exigência dos trabalhadores é razoável, é mínima e
aceitável, apelando à classe trabalhadora a não se inibirem com as ameaças para
não aderirem à greve.
No
caderno reivindicativo, as três centrais sindicais exigem aumento do salário
mínimo nacional, dos atuais 32.000 kwanzas (35 euros), para 245.000 kwanzas
(268 euros), proposta "flexibilizada", entretanto, para 100.000
kwanzas (109 euros) e um reajuste do salário da Função Pública, na ordem de
250%, e a redução em 10% do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho (IRT).
O
executivo angolano decidiu propor um salário mínimo em função da dimensão da
empresa, nomeadamente 48.000 kwanzas (52 euros) para as pequenas empresas,
70.000 kwanzas (76 euros) para médias empresas e 96.000 kwanzas (104 euros)
para as grandes empresas, o que foi rejeitado pelos sindicatos.
As três
centrais sindicais - Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de
Angola (CGSILA), a União Nacional dos Trabalhadores Angolanos - Confederação
Sindical (UNTA-CS) e a Força Sindical - Central Sindical (FS-CS) – exigem
também a atualização dos subsídios previstos no sistema das prestações sociais
do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), bem como a gestão partilhada
dos fundos do INSS, conferindo “transparência necessária”.
Pela
primeira vez, três centrais sindicais juntaram-se para realizar uma greve geral
interpolada, tendo a primeira fase da greve ficado marcada por detenções de
trabalhadores que aderiram à paralisação.
BENGUELA7 A NOTÍCIA EM
TEMPO REAL
Comentários
Enviar um comentário