GOVERNO PREPARAR-SE PARA NO CURTO PRAZO APROVAR O SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL
Luanda: O governo angolano está a preparar-se para, a curto prazo, aprovar o Salário Mínimo Nacional, “em conformidade com as deliberações que vierem a ser tomadas” no Conselho Nacional de Concertação Social, sem apontar uma data concreta.
Fonte: Club K
O anúncio consta do comunicado do Ministério
da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social alusivo ao Dia
Internacional do Trabalhador, que se celebra quarta-feira, no qual se afirma
que o Salário Mínimo Nacional é “um dos objetivos do executivo angolano” e que
acontecerá a curto prazo.
O governo angolano e três centrais sindicais
travam um braço de ferro por ajustes salariais desde dezembro último, altura em
que foi apresentado ao Presidente angolano, João Lourenço, um caderno
reivindicativo a exigir o aumento do salário mínimo nacional.
No comunicado, o Ministério reafirma o seu
empenho “em melhorar as condições laborais e sociais”, destacando algumas
medidas já implementadas para a melhoria das condições sociais dos funcionários
públicos.
Entre estas, o governo destaca a promoção e atualização das carreiras de cerca
de 30.000 funcionários do regime geral, a institucionalização dos subsídios das
zonas recônditas para cerca de 100.000 funcionários, a atualização dos
estatutos remuneratórios dos professores dos ensinos primário e secundário, que
abrangeu pelo menos 207.000 funcionários, a duplicação dos rendimentos dos
docentes do ensino superior e dos investigadores científicos.
Outras medidas são a institucionalização das
horas acrescidas para as carreiras médica, de enfermagem, de técnicos
terapeutas, diagnósticos e apoio hospitalar e a implementação da remuneração
suplementar que permitirá a 115.000 funcionários da administração pública que
ganham menos de 100.000 kwanzas (112 euros) passarem a ganhar uma renumeração
acima deste valor, a partir de junho.
“O executivo vai dar continuidade à implementação do Roteiro para Nova
Arquitetura Remuneratória na Administração Pública (RINAR), numa perspetiva de
instrumento apto para a melhoria da prestação dos serviços públicos aos
cidadãos, através da valorização dos funcionários públicos”, refere.
Na nota, o governo angolano reafirmou o seu
compromisso em assegurar contactos entre os representantes do governo, dos
empregadores e dos trabalhadores, com vista a encontrar soluções equilibradas
quanto às condições, relações e rendimentos de trabalho.
Para o governo, “não há dúvidas que o comprometimento e o desempenho excecional
dos trabalhadores angolanos” são a base para “a construção de entidades e
instituições fortes, o que resultará consequentemente em desenvolvimento
socioeconómico sustentável para todos os angolanos”.
À margem do balanço da segunda fase da greve
geral interpolada, que decorreu do passado dia 22 até hoje, as centrais
sindicais apelaram aos trabalhadores para não festejarem o 1.º de Maio, “como
sinal de protesto pelas condições sociais difíceis a que estão sujeitos”.
As três centrais sindicais angolanas exigem o
aumento do salário mínimo nacional, dos atuais 32.000 kwanzas (35 euros) para
245.000 kwanzas (268 euros), proposta “flexibilizada”, entretanto, para 100.000
kwanzas (109 euros), um reajuste do salário da Função Pública, na ordem de 250
por cento, e a redução em 10% do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho (IRT).
O executivo angolano decidiu propor um
salário mínimo em função da dimensão da empresa, nomeadamente 48.000 kwanzas
(52 euros) para as pequenas empresas, 70.000 kwanzas (76 euros) para médias
empresas e 96.000 kwanzas (104 euros) para as grandes empresas, o que foi
rejeitado pelos sindicatos.
A Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), a União Nacional dos Trabalhadores Angolanos – Confederação Sindical (UNTA-CS) e a Força Sindical – Central Sindical (FS-CS) exigem também a atualização dos subsídios previstos no sistema das prestações sociais do Instituto Nacional de Segurança Nacional (INSS), bem como a gestão partilhada dos fundos do INSS, conferindo “transparência necessária”.
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