ISAÍAS SAMAKUVA DIZ SER CONTRA A CRIAÇÃO DA FRENTE PATRIÓTICA UNIDA
Luanda: "Não concordo com a criação da Frente Patriótica Unida, os membros que a criaram não respeitaram alguns princípios", argumentou Isaías Samakuva, durante uma entrevista à Rádio MFM.
O ex-presidente da União Nacional para Independência
Total de Angola (UNITA), Isaías Ngola Samakuva, disse na última quinta-feira,
11 de Julho, que foi contra a criação da Frente Patriótica Unida (FPU), porque
"não foram respeitados alguns princípios".
"Não
concordo com a criação da Frente Patriótica Unida, os membros que a criaram não
respeitaram alguns princípios", argumentou Isaías Samakuva, durante uma
entrevista à Rádio MFM.
Segundo
Isaías Samakuva, aquilo que foi dado à UNITA, (73 deputados para a UNITA, 11
PRA-JÁ servir Angola, cinco para o Bloco Democrático e um para a sociedade
civil), não beneficia o principal partido na oposição.
Questionado
sobre os 90 deputados conseguidos nas últimas eleições de 2022, o que não
aconteceu na administração de Jonas Savimbi e na sua, Isaías Samakuva disse que
não é contra coligações nos pleitos eleitorais, insistindo que "as coisas
devem ser feitas com princípios".
"Não
se agiganta um partido de um dia para outro. É preciso um trabalho sério",
referiu Samakuva, que disse também não ser sua intenção candidatar-se à
presidência da UNITA no próximo congresso, como já foi avançado por alguma
comunicação social, mas, há sempre circunstâncias que o podem obrigar a
candidatar-se.
"Não
é minha intenção candidatar-me. Também nunca foi minha intenção ser presidente
da UNITA, mas houve pressão que me obrigou", referiu, sublinhando que
"há sempre circunstâncias" que o podem obrigar a candidatar-se.
"Já
fiz o meu papel como presidente da UNITA. Dizer que não também não depende da
minha vontade", notou.
Relativamente
à Fundação Jonas Malheiro Savimbi (FJMS), lembrou que aquando do enterro do
fundador da UNITA no Lopitanga, os seus filhos foram ter com o Presidente da
República, João Lourenço, para agradecer o trabalho feito e apresentar a
proposta da criação da fundação.
"O
nome de Jonas Savimbi traz muita polémica", afirmou, sublinhando que a
sociedade espera com expectatva ver no lançamento em Agosto da fundação se
haverá ou não membros da UNITA.
Isaías
Samakuva lembrou que todos os passos que foram dados para a criação desta
fundação foram comunicados à presidência da UNITA.
"Para
legalizar a fundação, o processo levou dois anos", referiu Samakuva,
acrescentando que, doravante, vão trabalhar seriamente para desanuviar os
equívocos e o seu lançamento.
Questionado
sobre a sua proximidade com o Presidente da República, João Lourenço, reiterou
que ele não pode fugir a compatriotas e muitos deles são do MPLA.
"Quando
fui à Cidade Alta, o PR disse que está aberto a receber qualquer cidadão. É
preciso mudarmos a forma de pensar, os angolanos têm de mudar", afirmou
Samakuva, reforçando que "isso não fica bem para o País".
Quanto à
reconciliação nacional, Samakuva disse que o processo "não vai muito
bem", mas não as coisas não são feitas de um dia para o outro.
"Houve
momentos difíceis de intolerância política e continua a haver. Os militantes da
UNITA quando vão à procura de um emprego é-lhes exigido cartão do MPLA. A
situação mantém-se até aos dias de hoje", lamentou, acrescentando que os
membros da UNITA, para constituírem uma sociedade, encontram sérios problemas.
Sobre a
Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas de Conflitos Políticos
(CIVICOP), Samakuva foi peremptório: "A sua criação, foi um acto nobre,
mas o seu papel está a ser desviado". E acrescentou: "Ao invés de
sarar feridas, continuam a ser abertas".
"A
UNITA teve os seus problemas durante o conflito armado e o MPLA também teve. O
que acontece é que os casos do MPLA ficam fora dos holofotes da comunicação
social, dando apenas destaque aos da UNITA", reparou.
Questionado
sobre a sua ausência na campanha eleitoral de 2022, o ex-líder da UNITA
explicou que só foi contactado quando estavam a faltar três dias para a
campanha terminar.
"Isso
significa que não era necessária a minha presença. Só fui contactado quando
estavam a faltar três dias para o fim da campanha, talvez devido à pressão da
sociedade", disse Samakuva, lembrando que os 16 anos que esteve à frente
do partido, não foram fáceis.
"Muita
gente não entendia quando eu dizia que engolíamos sapos. Hoje em dia, muita
gente também continua a engolir sapos".
"Eu
tenho dito com muita raiva "os irmãos do MPLA deveriam sair do poder e dar
oportunidade a outros de governarem o País. Infelizmente as eleições não têm
sido justas", referiu, afirmando que o Presidente João Lourenço perdeu a
batalha de combate contra à corrupção.
Para
finalizar, Isaías Samakuva, disse que está a trabalhar também para a criação da
sua própria fundação, mas por coordenar as actividades da Fundação Jonas
Savimbi, foi aconselhado pelos seus colaboradores a dar prioridade à do líder
fundador da UNITA. NJ
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