SUPREMO TRIBUNAL VALIDA REELEIÇÃO DE NICOLÁS MADURO
Venezuela: O Supremo Tribunal
da Venezuela considerou, esta quinta-feira, 22 de Agosto, válidos os resultados
das eleições presidenciais no país divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral,
que ditaram a reeleição de Nicolás Maduro. A oposição e parte da comunidade
internacional alegam fraude eleitoral e exigem as actas de votação para uma
verificação independente.
Fonte: RFI
O Supremo Tribunal da
Venezuela, que a maioria dos observadores considera submisso ao poder,
"certifica de forma incontestável o material eleitoral e valida os
resultados da eleição presidencial de 28 de Julho (...) Nicolás Maduro foi
eleito presidente da República Bolivariana da Venezuela para o período
constitucional 2025-2031", declarou a presidente do Supremo Tribunal de
Justiça, Caryslia Rodriguez. A decisão surge depois de o próprio Nicolás Maduro
ter recorrido ao Tribunal Supremo de Justiça, no início de Agosto, para validar
a sua vitória.
O anúncio da reeleição de
Maduro para um terceiro mandato provocou manifestações brutalmente reprimidas.
Segundo um novo balanço das autoridades, publicado na quinta-feira, os
protestos resultaram em 27 mortos, além de 192 feridos e 2.400 detidos.
Nicolás Maduro, de 61 anos,
foi proclamado vencedor com 52% dos votos pelo Conselho Nacional Eleitoral,
que, no entanto, não divulgou as actas das mesas de voto, por ter sido vítima
de um ataque informático. Ataque esse que é considerado pouco credível pela
oposição e observadores, que o vêem como uma manobra do poder para evitar
divulgar o apuramento exacto.
Poucos minutos após o anúncio
da decisão do Tribunal, o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia
publicou na rede X a palavra "Nula" escrita a vermelho. Num vídeo
publicado nas redes sociais, o opositor acrescenta que o objectivo do Supremo
Tribunal de Justiça era "agradar" a Nicolás Maduro e sublinha que
"judicializar os resultados das eleições não altera a verdade".
Entretanto, o alto
representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borell,
declarou que a União Europeia não reconhecerá Nicolás Maduro como Presidente da
Venezuela até que as actas eleitorais sejam verificadas.
Também o secretário-geral da
ONU pediu à Venezuela "total transparência" nos resultados e lembrou
que o Conselho Nacional Eleitoral ainda não publicou as atas eleitorais do
escrutínio. António Guterres exigiu ainda “uma protecção absoluta e respeito
pelos direitos humanos” na Venezuela, após relatos de detenções arbitrárias de
menores, jornalistas, defensores dos direitos humanos, activistas e opositores.
A Venezuela realizou eleições
presidenciais a 28 de Julho. o Conselho Nacional Eleitoral atribuiu a vitória a
Nicolas Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que
o seu candidato, Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
Os resultados eleitorais têm
sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de
segurança.
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