BLOCO DEMOCRÁTICO CADA VEZ MAIS FORTIFICADO PARA ENFRENTAR NOVAS LUTAS E DESAFIOS QUE SE APRESENTARÃO EM 2025
Luanda:
O presidente do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, disse que embora
penosamente, chegamos ao fim de mais um ano, o seu partido está mais
fortificado para enfrentar novas lutas e desafios que se apresentarão no
próximo em 2025.
Redação:
Benguela7
Em mensagem
de fim de ano realizada no seu “quartel general”, na Vila Alice, em Luanda, Filomeno
Vieira Lopes fez saber que o seu partido assiste continuamente à falência do
poder governamental e tem testemunhado ao longo destes anos decisões
governativas que são casuístas e discricionárias preterindo o essencial e
distinguindo o acessório, numa manobra irrealista para fazer passar o
visível e o imediato em detrimento das reais necessidades do povo angolano.
“Triste
é o País que origina uma elite partidária muito rica e penaliza com uma pobreza
desumana toda a restante população de Angola”, disse, Filomeno Vieira Lopes,
presidente do Bloco Democrático.
Acompanhe
a mensagem na integra…
MENSAGEM
DE FIM DE ANO 2024
Caros
concidadãos, companheiros e amigos.
Membros
do Conselho Nacional e da Comissão Política
Vice-presidente,
Presidente da Comissão de Jurisdição e Secretário Geral
Presentes,
Gostaria primordialmente de
dar a conhecer que a todos considero como irmãos, mesmo aqueles que pensam que
não o são. Nestas épocas natalícias e de mudança de ano o meu coração, que já é
vasto, agiganta-se abrangendo mesmo os que se encontram mais longe na nossa
diáspora e mais distantes dos nossos ideais. Sobrevivemos a mais um ano de
coisas terríveis que nos fustigaram a vida, foi a inflação galopante que,
na verdade, não galopava, mas avançava a velocidade de um míssil, foi a desvalorização
da nossa moeda que desceu a um nível tão baixo que quase furava o chão. São as
fortíssimas tendências de retorno ao Partido Único, nas leis e, na prática da
vida, quando se potenciam relações com as chamadas velhas democracias.
Mas meus caros companheiros,
humores à parte, porque a vida real é muito séria e está muito difícil. Isto
mesmo tenho constatado quando visito populações ultravulneráveis como a das
Caimbras e da Xuxa da criança em Benguela e do Luali em Cabinda. A verdade é
que, embora penosamente, chegamos ao fim de mais um ano e estamos mais
fortificados para enfrentar novas lutas e desafios que se apresentarão no
próximo ano. Assistimos continuamente. E sempre, à falência do poder
governamental, temos testemunhado ao longo destes anos decisões governativas
que são casuístas e discricionárias preterindo o essencial e distinguindo o
acessório, numa manobra irrealista para fazer passar o visível e o imediato
em detrimento das reais necessidades do povo angolano. Triste é o País que
origina uma elite partidária muito rica e penaliza com uma pobreza desumana
toda a restante população de Angola. Os poderes confortavelmente instalados não
funcionam e quando funcionam não dão resposta às necessidades mínimas da
população. Não dá resposta na Saúde, nem na educação - como reflecte o OGE
- também não tem soluções para
eliminação da fome e continua sem conseguir implementar a tão propalada
independência do petróleo, ou seja, a diversificação da economia., mante-se
como retórica. A justiça não está lá, a Saúde não está lá, a educação
também não está lá. O que está lá, é a fome, a miséria, o
desemprego, o compadrio, os intermediários improdutivos, os parasitas
bajuladores e o clientelismo que despreza a meritocracia. Por tal, e como tal,
não nos vem a mente nenhum governante ou gestor de empresa pública que se tenha
destacado por ajudar realmente o povo ou a população em geral. Infelizmente nós
angolanos, com nosso povo talentoso, temos que gerar um Mandela. É por demais
evidente que a política, influencia a vida dos cidadãos em todos os seus
aspectos e concomitantemente das famílias nas suas acções sociais. De uma boa
ou má governação depende o sucesso, ou a falência da Saúde, da educação, do
emprego e da qualidade de vida em geral. É claro que uma política inclusiva
gera instituições económicas inclusivas, portadoras de desenvolvimento. Ela (a
política) traça os caminhos que os seus concidadãos irão trilhar e está visto
que os maus planeamentos, e imbuídos de ambição desmedidas exclusiva de um
grupo minoritário, afectam e prejudicam tudo e todos. Pela sua importância é assim
necessário um grande engajamento e uma reflexão muito séria e apurada sobre os
impactos da aplicação de políticas corretas que essas mesmas políticas vão ter
na geração actual e gerações vindouras. Inspirado no sofrimento de todos nós,
quero deixar a minha solidariedade aos meus caros concidadãos angolanos de
Cabinda ao Cunene e do mar ao Leste.
Assistimos hoje com o coração
nas mãos o que se passa em Moçambique. Numa palavra é a falência do regime
autocrático securitário que também está presente entre nós. Auguramos que o
povo moçambicano que atravessa essa conjuntura crítica a supere com um salto em
frente. Um salto que represente o respeito sistémico pelo povo soberano, com
poderes verdadeiramente separados, com instituições claramente democráticas que
vê, olha e cuida do cidadão como igual e ignora o privilégio do militante do
partido governante, enfim, que haja coragem para desmantelar o Partido Estado.
São as condições prévias que Angola precisa de percorrer, no ambiente político,
para que não repliquemos a situação moçambicana. Haja coragem e capacidade,
agora, pois as condições objectivas de revolta popular estão todas aqui. Não
vale a pena tapar o sol com a peneira. O cego, em boa verdade, é aquele que não
quer ver. Por isto, dirigimo-nos a sociedade civil, aos partidos políticos da
mudança, saibamos unir-nos para mudar o ambiente democrático. Juntemo-nos
contra a discriminação político-partidária e façamos das nossas instituições
albergues da cidadania. Defendamos todos os lesados. Os instrumentos da
governação e do Estado-Administração, SIC, Política Nacional, Forças Armadas,
ERCA, Comunicação Social, Tribunais-devem estar ao serviço dos cidadãos e não
dum Partido. Os instrumentos decisivos para que a verdade eleitoral seja
respeitada-Comissão Nacional Eleitoral E Tribunal Constitucional-carecem de
composições, o primeiro, onde a sociedade civil predomine e a segunda onde não
haja maioria dum partido politico. Este sistema é caduco e gerador de
conflitos. Preveni-los é melhor que vive-los. A sociedade civil, os partidos
que aspiram a mudança, se quiserem mitigar a situação da fome no país, têm que
lutar para que em 2025 haja eleições autárquicas. O país não pode estar refém
da vontade exclusiva duma força política. É isto que leva ao caos. Se não
existir descentralização, não a mera desconcentração, a pobreza NUNCA, retenham
bem, será solucionada por mais programas que o poder centralizado concebe. Dão
o sistemático falhanço acima anotado.
A chave, perante o
demissionismo do Partido-Estado está na Unidade entre os partidos politicos e a
sociedade civil. Por isto, estimamos a FPU. A teoria, hoje muito propalada, da
separação desses dois campos quando ambos enfrentam o mesmo problema e carecem
de equacionar a causa comum, é nociva ao avanço da causa popular. Se o regime
já percebeu isto e, por isto combate ferozmente a nossa unidade, fomentando o
divisionismo, a corrupção e reforçando as forças de segurança e militares
partidarizadas, não sejamos nós a fazê-lo. O Bloco Democrático, na medida e em
superação das suas forças, tudo fará, na prática, para que a Agenda entre a
sociedade civil e as forças da mudança se concretizem. Ai reside a
peculiaridade para evitar o caos no futuro e podemos derrubar as cinquenta
camadas de betão armado construído pelo poder existente e o povo.
A conjuntura internacional não
é tranquila. Guerras espalham-se em todos os lados do globo. A Africa austral
continua sem experimentar momentos de tranquilidade absoluta. Há sempre uma
carraça que nos impossibilita de usufruir a Paz. As nossas riquezas, com
direcções políticas ambiciosas e sem noção de estado e de nação, são também a
nossa maldição. O jogo de interesses é cada vez mais forte, contra os valores
que defendemos. Mas estamos convencidos, em absoluto, que se estivermos unidos
ao nosso povo, na base dos seus anseios, saberemos impedir a preservação dos
valores e colocar a nossa inserção internacional no lugar em que nós próprios
possamos contribuir para a estabilidade mundial. Angola não pode voltar a ser
instrumento da guerra fria. O Bloco Democrático rejeita liminarmente essa
perspectiva.
Não gostaria de terminar sem
antes agradecer a todos quantos nos acompanharam e acompanham que são muitos -
e cada vez mais, o BD com a sua exemplaridade e coerência atrai mais sectores -
desde colaboradores, parceiros, afiliados, amigos e simpatizantes da nossa
causa patriótica e progressista, desejando-lhes uma excelente quadra festiva e
um próspero ano novo. Todos têm sido muito importantes em tudo o que
conquistamos. Gostaria ainda de prometer para o próximo ano uma dinâmica maior
nas nossas acções políticas, com mais entrosamento com as populações e com os
jovens em particular, seja através das redes sociais e outras e,
sobretudo, da nossa presença no terreno para mudar as suas vidas, porque são
nossas igualmente. Queremos fazer a diferença e vamos fazer a diferença nas
vidas daqueles que mais precisam. Não está fácil viver condignamente no nosso
país, mas nenhum filho desta Pátria deve desistir dos seus sonhos de vida, nem
deve abdicar dos seus direitos consagrados na lei. Juntos alcançaremos a nossa
liberdade plena e verdadeira e atingiremos um estado de espírito pacífico e
equilibrado. Ao sair de 2024 despedimo-nos de tudo que nos impediu de
progredir quer como povo, quer como partido, para em 2025 – ano da nossa
Convenção - entrarmos todos com pé firme e prontos para uma Angola melhor, que,
connosco, é possível.
Um
próspero ano novo a todos!
POR
UM BD FORTE, JUNTO DAS COMUNIDADES,
RUMO
ÀS AUTARQUIAS EM 2025!
LIBERDADE,
MODERNIDADE, CIDADANIA.
O Presidente do Bloco
Democrático
Filomeno Vieira Lopes.
BENGUELA7
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