ESTADOS UNIDOS SAI DA OMS. TRUMP ASSINA ORDEM EXECUTIVA PARA RETIRADA
Fonte: Cnn - Portugal
O novo presidente
norte-americano assinou uma ordem executiva para retirar os EUA da Organização
Mundial de Saúde (OMS), um organismo que Donald Trump tinha criticado duramente
pela forma como lidou com a pandemia.
"A OMS
defraudou-nos", acusou na segunda-feira, 20 de Janeiro, o republicano, ao
assinar o decreto, poucas horas depois de ter tomado posse, justificando a
retirada com a diferença entre as contribuições financeiras dos Estados Unidos
e da China para a organização.
No texto, Trump pede que as
agências federais “suspendam a futura transferência de quaisquer fundos, apoios
ou recursos do governo dos EUA para a OMS” e orienta-as para “identificar
parceiros norte-americanos e internacionais de confiança” capazes de “assumir
as atividades anteriormente realizadas pela OMS".
Os Estados Unidos são o
principal doador e parceiro da OMS, uma organização da ONU sediada em Genebra,
na Suíça.
De acordo com a OMS, os EUA
contribuem para o financiamento da instituição através de uma contribuição
indexada ao seu Produto Interno Bruto, mas também através de contribuições
voluntárias.
A saída dos Estados Unidos poderá obrigar a
OMS uma grande reestruturação e prejudicar os esforços globais de saúde
pública, incluindo a vigilância e a resposta a surtos.
A OMS desempenha um papel de
coordenação particularmente central durante as emergências de saúde globais.
Durante o primeiro mandato,
Donald Trump já tinha tentado retirar o país da organização, que acusou de ser
"controlada pela China".
No entanto, o sucessor, Joe
Biden, cancelou a retirada antes de esta entrar em vigor, uma vez que era
obrigatório um período de um ano entre o anúncio e a retirada efetiva.
"A decisão de abandonar
[a OMS] enfraquece a influência dos Estados Unidos, aumenta o risco de uma
pandemia mortal e torna-nos mais vulneráveis", disse Tom Frieden, antigo
dirigente do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, na administração de
Barack Obama.
Ao retirarem-se da
organização, os Estados Unidos perderão o acesso privilegiado a dados
importantes de vigilância epidémica, alertaram vários especialistas, o que
poderá prejudicar as capacidades de prevenção de ameaças à saúde provenientes
do estrangeiro.
As agências de saúde e as
empresas farmacêuticas dos EUA também contam com a OMS "para obter os
dados necessários para desenvolver vacinas e terapias", disse Lawrence
Gostin, professor de Direito da Saúde Pública na Universidade de Georgetown.
"Em vez de sermos os
primeiros a receber vacinas, ficaremos no final do pelotão. A retirada da OMS
inflige uma ferida profunda na segurança norte-americana e na nossa vantagem
competitiva em inovação", disse Gostin.
A retirada é ocorre numa
altura em que a elevada circulação do vírus da gripe aviária nos Estados Unidos
está a aumentar os receios de uma futura pandemia.
O país registou no início de
janeiro a primeira morte humana ligada ao vírus H5N1 .
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