MÚSICOS DESILUDIDOS COM A OPOSIÇÃO E APELAM A UMA “REVOLTA TOTAL” EM ANGOLA
Luanda: Dois rappers angolanos lançaram duas músicas nas quais apelam a uma "revolta total" no país, para tirar o MPLA do poder. Os artistas querem ver mudanças profundas em Angola, mas dizem não ter esperança nos partidos na oposição.
Fonte: DW
Há duas músicas novas que apelam a uma "revolta total" em Angola. Uma delas é "Revolta Final", do rapper e ativista Mensageiro Andrade.
"Para acabar com a fome e a corrupção é uma revolta. Para acabar com o desemprego e a corrupção é uma revolta. O país precisa da nossa intervenção, que ninguém mais te engane, eleições não são a solução", canta o rapper.
A outra música chama-se "Revolução Final", do também rapper e ativista Jaime MC.
“Angola precisa seguir em frente, sem depender destes dirigentes”, entoa.
Ambas as músicas fazem parte do mini-álbum "Revolta Total", lançado esta semana em Luanda, uma iniciativa do Observatório da Imprensa.
O rapper Jaime MC diz que o objetivo dos temas é despertar consciências, para pôr fim ao "reinado" de décadas do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
"É que a sociedade civil precisa, a partir de agora, traçar um projeto filosófico-político de nação. Se nós não tivermos um projeto filosófico-político de nação, a probabilidade de entregarmos esse país nas mãos de outros aproveitadores é maior", defende .
"É necessário lutar"
O Mensageiro Andrade também diz que é preciso protestar, para que ocorram mudanças em Angola.
"A música Revolta Final veio exatamente nessa altura para consciencializarmos as pessoas para que se enfrentam dentro do assunto. É necessário lutar para que o MPLA saia do poder. Se o MPLA estiver no poder, os nossos problemas irão continuar", considera.
As próximas eleições são em 2027. Caso o MPLA saia do poder, qual seria a alternativa? Para Mensageiro Andrade, "nenhum partido político está a altura".
"Chegamos à conclusão de que alguns deles têm praticamente os mesmos vínculos. Não há diferença entre quem está no Governo e quem não está no Governo. Têm praticamente os mesmos vínculos", avalia o rapper.
No final de fevereiro, a organização não-governamental Freedom House classificou Angola como um país “não livre”.
Questionado sobre como se fariam protestos de rua contra o partido no poder, num Estado onde o exercício de direitos, liberdades e garantias é questionado, Jaime MC responde que "os ditadores nunca permitirão nenhum tipo de exercício de direitos ou liberdades".
"Os países que hoje são democráticos são frutos de uma luta. E se nós não nos esforçarmos como os outros cidadãos dos países democráticos hoje se esforçam, nunca teremos um Estado verdadeiramente democrático e de Direito, onde as liberdades são garantidas", conclui.
A "Revolta Total" está disponível nas plataformas digitais.
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