𝐏𝐑 𝐏𝐄𝐃𝐄 𝐀 𝐂𝐎𝐋𝐀𝐁𝐎𝐑𝐀ÇÃ𝐎 𝐃𝐀 𝐂𝐎𝐑𝐑𝐄𝐈𝐀 𝐃𝐎 𝐒𝐔𝐋 𝐍𝐎 𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐃𝐎 𝐃𝐄 𝐀𝐉𝐔𝐃𝐀𝐑 𝐀𝐍𝐆𝐎𝐋𝐀 𝐀 𝐃𝐀𝐑 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐎𝐒 𝐅𝐈𝐑𝐌𝐄𝐒 𝐄 𝐒𝐄𝐆𝐔𝐑𝐎𝐒 𝐍𝐀 𝐂𝐎𝐍𝐒𝐓𝐑𝐔ÇÃ𝐎 𝐃𝐄 𝐔𝐌𝐀 𝐄𝐂𝐎𝐍𝐎𝐌𝐈𝐀 𝐒Ó𝐋𝐈𝐃𝐀
Luanda: O Presidente da República de Angola, João
Lourenço e o seu homólogo coreano, o Presidente Yoon Suk-Yeol, reuniram-se em
Seoul para conversações ao mais alto nível durante a visita de Estado do
Presidente Lourenço à República da Coreia. A visita de dois dias culminou com
uma série de encontros oficiais e assinaturas de instrumentos jurídicos de
cooperação.
Fonte: Clube K
No discurso de abertura das conversações, o Presidente da república João Lourenço, afirmou que tem vindo procurar absorver as dinâmicas que impulsionaram o desenvolvimento do país de Yoon Suk-Yeol, e pedir a colaboração daquele país, no sentido de ajudar a Angola a dar passos firmes e seguros na construção de uma economia sólida, capaz de responder às necessidades fundamentais da população angolana e de se integrar no contexto da economia mundial.
João Lourenço, durante o seu discurso de abertura das conversações, disse que em África, continuamos a lutar contra as mudanças inconstitucionais de poder e o terrorismo em alguns dos nossos países, nomeadamente na região do Sahel e da África Ocidental e Central.
A situação no Sudão e na República Democrática do Congo afigura-se bastante preocupante a julgar pelo elevado número de mortos, feridos, deslocados internos e refugiados que criam, pela grande destruição das infra-estruturas e roubo dos recursos minerais e outras riquezas nacionais.
Pelo que “Temos vindo a trabalhar no sentido de ajudar esses países a encontrar os caminhos do diálogo para se alcançar a paz duradoura e poderem, assim, se dedicar ao desenvolvimento económico e social dos respectivos países e das comunidades regionais em que estão inseridos”, concluiu João Lourenço.
DISCURSO NA ABERTURA DAS
CONVERSAÇÕES
《Excelência
Yoon Suk-Yeol, Presidente da República da Coreia
Excelentíssima
Senhora Kim Keon-Hee, Primeira-Dama da República da Coreia,
Caros
presentes,
Minhas
Senhoras, Meus Senhores,
Constitui para mim uma honra ser recebido nesta magnífica cidade de Seul, em
companhia da minha esposa e da delegação que me acompanha, para realizar esta
visita oficial à Coreia, onde temos sido alvos de atenções e de uma excelente
hospitalidade, desde que chegámos ao vosso país.
Viemos à Coreia para abordarmos com Vossa Excelência e com as autoridades do
vosso país, no âmbito desta visita, todos os aspectos que compõem o escopo da
nossa cooperação bilateral, que se formalizou no ano de 1993, ao abrigo do
Acordo Geral de Cooperação firmado entre os nossos dois países.
Transcorreram, desde então, 31 anos de intercâmbio e de trocas a todos os
níveis e, apesar de termos realizado nesse período acções de cooperação com
apreciável relevância, considero que estamos muito aquém de tudo quanto podemos
fazer, tendo em conta o potencial de que os nossos dois países dispõem.
No encontro a sós que mantivemos há instantes, tive a oportunidade de me
referir a um conjunto de ideias e de projectos de cooperação que os nossos dois
países podem desenvolver, quer ao nível institucional como com o sector
empresarial privado coreano, cujo dinamismo e capacidade empreendedora são
amplamente conhecidos, pelo papel transformador que conseguiram realizar no
plano da economia do vosso país, situando-a em muito poucas décadas ao nível
das grandes economias do mundo.
Estamos aqui para procurarmos absorver as dinâmicas que impulsionaram o
desenvolvimento do vosso país e poder contar com a vossa colaboração no sentido
de ajudarem a República de Angola a dar passos firmes e seguros na construção
de uma economia sólida, capaz de responder às necessidades fundamentais da
população do nosso país e de se integrar no contexto da economia mundial.
Hoje procedemos à assinatura de alguns instrumentos jurídicos que vão
certamente ajudar a incrementar e a intensificar os contactos entre entidades
públicas coreanas e angolanas e entre homens de negócios de um e de outro lado,
os quais encorajámos no Fórum Empresarial realizado ontem a buscarem as vastas
oportunidades disponíveis no mercado angolano para realizarem negócios que
possam redundar em benefícios comuns.
Apraz-me referir que pude constatar, nos contactos que mantive até aqui, o
interesse e a sensibilidade coreana para as questões relativas à cooperação com
o continente africano, que terá a sua expressão mais significativa e mais
visível com a realização da Cimeira Coreia-África, que terá lugar proximamente,
da qual esperamos que surja um quadro realista e pragmático de cooperação entre
os diferentes países africanos e a Coreia.
Excelência Senhor Presidente,
Excelências,
Caros
presentes
Vivemos num mundo cada vez mais conturbado, com conflitos antigos que não se
resolvem e outros novos que vão surgindo, um pouco por todas as regiões do
nosso planeta.
É tempo de nos mobilizarmos ao nível da comunidade internacional para
encararmos esses problemas com frontalidade e com coragem para se lhes dar
solução, de modo a evitar que se eternizem ou que recrudesçam, ao ponto de
degenerarem em conflitos de dimensão global.
Penso, assim, que todos os esforços que estão a ser envidados pelo vosso país
no sentido de aliviar a tensão que paira sobre a península coreana devem ser
encorajados, por considerarmos que só a via do diálogo e do entendimento entre
os povos e as nações contribuirão, de facto, para o fim dos conflitos, por mais
intrincados que sejam.
Esta deve ser a perspectiva que deve ser considerada na abordagem dos
diferendos que subsistem actualmente, em cujo contexto incluo a invasão da
Ucrânia pela Rússia, que merece uma solução que salvaguarde a integridade da
nação ucraniana.
Temos assistido com preocupação o grave conflito que ocorre no Médio Oriente
entre Israel e a Palestina, que tem vindo a ter amplas repercussões regionais,
com risco de escalar para uma preocupante confrontação entre vários países
dessa zona, o que aliás já começa a acontecer com a intervenção militar directa
de outros actores, que deve ser objecto de atenção e de preocupação muito
especial por parte de toda a comunidade internacional, de modo a agir-se para
que Israel e o Irão mantenham a máxima contenção possível.
Estamos conscientes de que não haverá solução para o problema do Médio Oriente
se não se tiver em conta os interesses do povo palestino e o seu direito à
autodeterminação e à criação do Estado palestino independente e soberano.
Em África, continuamos a lutar contra as mudanças inconstitucionais de poder e
o terrorismo em alguns dos nossos países, nomeadamente na região do Sahel e da
África Ocidental e Central.
A situação no Sudão e na República Democrática do Congo afigura-se bastante
preocupante a julgar pelo elevado número de mortos, feridos, deslocados
internos e refugiados que criam, pela grande destruição das infra-estruturas e
roubo dos recursos minerais e outras riquezas nacionais.
Temos vindo a trabalhar no sentido de ajudar esses países a encontrar os
caminhos do diálogo para se alcançar a paz duradoura e poderem, assim, se
dedicar ao desenvolvimento económico e social dos respectivos países e das
comunidades regionais em que estão inseridos.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
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