ONGs DE BENGUELA E CUANZA SUL, MOSTRAM-SE "ZANGADOS" COM O MINISTÉRIO DA SAÚDE
Benguela: A sociedade civil de Benguela e Cuanza Sul, mostram-se zangados com o ministério da saúde, face ao fundo global do GC7 que alocou em Angola um financiamento de 126 milhões de dólares, para as componentes do combate ao VIH/ SIDA, Tuberculose e Malária, segundo as quais, as organizações da sociedade civil não constam na lista que serão beneficiário deste mesmo financiamento.
Em conferência de imprensa, promovida na manhã desta terça-feira, 4 de Junho, na província de Benguela, em nome da Sociedade Civil, Adérito Chiuca, fez saber que as organizações da sociedade civil, dirigiram uma nota de repudio à Ministra da Saúde Silvia Lutucuta, mostrando o seu descontentamento e caso não responder, segundo o activista, vão insistir por meio de várias instituições.
CONFERÊNCIA DE IMPRENSA FUNDO GLOBAL GCT
NOTA DE REPÚDIO DA SOCIEDADE CIVIL DE BENGUELA E CUANZA SUL.
Sras e Srs, companheiras e companheiros de luta.
Ilustres Jornalistas de vários órgãos públicos e privados, caros
convidados.
Lideres e Directores de Organizações da Sociedade Civil de Benguela e Cuanza Sul.
Sejam todos bem vindos, á esta conferência de Imprensa.
Permitam que eu inicie com um importante desabafo do Presidente da ANASO, Rede Angolana das Organizações de combate a SIDA, Tuberculose e Malária.
Companheiros de luta.
A situação está dificil para as organizações da Sociedade Civil emA ngola.
Em Benguela e Cuanza Sul ainda temos algumas organizações a desenvolverem acções comunitárias com o apoio do Fundo Global.
Em Benguela, Huambo, Lunda Sul e Cunene, não temos organizações a trabalhar com o financiamento do PEPFAR que está nessas províncias, mas, sÓ apoia o trabalho comunitário através de organizações americanas ou internacionais.
Nas demais Províncias não há financiamento comunitário e as organizações estão a morrer.
Compreendo a frustração de um activista que durante a longa caminhada, acreditou que o país através dos apoios de organizações internacionais haveria de melhorar a qualidade de vida dos angolanos, particularmente das pessoas vivendo com o VIH e SIDA em Angola.
A situação é preocupante.
A maior parte das organizações está a fechar as portas por falta de
apoio.
Os agentes comunitários de saúde estão amarrados sem alternativas de trabalho.
As pessoas vivendo com o VIH e SIDA estão a desistir do tratamento por causa da fome e do apoio social.
O número de novas infeções por VIH está a aumentar e o número de mortes relacionadas com a SIDA, também.
Continua a haver ruptura de antirretrovirais, de testes, de
reagentes e de preservativos.
Não há investimento comunitário, nem dinheiro, campanhas públicas para mudança de comportamento.
para as Não há apoio alimentar para as pessoas vivendo com o VIH, porque não há sensibilidade para apoiar os que sofrem e precisam.
O estigma e a discriminação estão a afastar as pessoas da luta e os grupos de ajuda mútua desapareceram.
Deixamos de ser solidários e a saúde passou a ser apenas hospitalar.
Ninguém fala da prevenção e quando o fazem é para justificar a resposta médicalizada.
A política comunitária de saúde e o seu plano estratégico continuam em stand by e ninguém sabe se a versão final levou em conta as consultas e contribuições da sociedade civil. Não está fácil.
Mas, nós que dedicamos toda a vida a ajudar Angola e os Angolanos a lutar pela vida, fazendo da luta contra a SIDA um compromisso de todos os dias, não podemos desistir agora.
As pessoas acreditam e contam connosco.
A missão ainda não terminou.
Vamos continuar a lutar pelos nossos direitos.
Direito à saúde, direito à vida que é o nosso bem maior.
Mas, vamos continuar a fazer a nossa caminhada de forma organizada e participativa, sem deixar ninguém para trás.
Os fortes devem ajudar os fracos, mas ninguém deve parar agora, porque parar é desistir e desistir é o fim da missão e a nossa marcha continua.
Vamos fazer caminho, caminhando, pelas pessoas, famílias e
comunidades sofridas e vulneráveis.
Vamos continuar a lutar para fazer ouvir a nossa vOz, mas de forma organizada, sem ofensas e em fórum próprio.
A sociedade precisa saber que não estamos satisfeitos com a resposta nacional a epidemia da SIDA e que entendemos que não estamos a aprOveitar bem os apoios internacionais, nem valorizar a contribuição comunitária.
A vida faz-se nas comunidades e nós somos as comunidades.
A Sociedade deve saber que o Governo pode fazer mais e que o Sector Privado deve apoiar mais através da responsabilidade social.
A luta é de todos e todos devem participar.
As Comunidades Fazem a Diferença.
Por isso deixem as Comunidades Liderarem.
Sras e Sras.
Angola está a beneficiar-se de um financiamento de 126 milhões de Dólares Norte Americano, para as componentes da SIDA/Tuberculose e Malária, para três Provincias do Pais,
sendo Benguela, Cuanza Sul e Bié.
Sras e Srs.
As Organizações da Sociedade Civil de Benguela e Cuanza Sul, com a solidariedade do Bié, apresentaram à sua excelência Senhora Ministra da Saúde Dra. Silvia Lutukuta, uma nota de repúdio, pela não inclusão de mais organizações da Sociedade Civil nas três Provincias e o descontentamento pelo facto da Organização World Vision ser um dos Sub - recipiente dos fundos para Malária trabalhar sem parceria de nenhuma organização Nacional, com o mesmo plano da distribuição de Mosquiteiros.
No triénio de 2021 - 2024, a Organização ADPP-Angola, como sub- recipiente dos fundos para SIDA e Tuberculose, também foi implementada nas Provincias de Benguela e Cuanza Sul.
As organizações da Sociedade Civil das duas Provincias entendem que para a luta contra SIDA/Tuberculose e Malária, financiamento constitui uma prioridade crucial para a Saúde Pública, não apenas em Angola, mas em todo o mundo. Neste contexto, a inclusão de uma variedade de organizações da Sociedade Civil é recomendável para garantir uma resposta eficaz e abrangente a esses desafios de saúde e olhando para a extensão das Provincias e seus Municipios.
As organizações sub-escritoras desta nota de repúdio, fizeram parte de todo processo do diálogo Nacional inclusivo, na concepção da elaboração da referida proposta (GC7), avaliada em USD 126.000.000,00 (Cento e Vinte e Seis Milhões de Dólares norte americanos), para as Provincias de Benguela, Bié e Cuanza Sul.
De concreto não se sabe quanto da doação do Fundo Global para o GC7, será disponibilizado para as actividades comunitárias que devem ser desenvolvidas pelas Organizações Nacionais.
Sras e Srs.
A situação é critico e preocupante, diáriamente em Angola, milhares de pessoas abandonam o tratamento e morrem por SIDA, porque o plano estratégico para a componente comunitária e assistência alimentar as pessoas com VIH e doentes de SIDA, não é prioridade e não se têm levado em conta.
A Província de Benguela registra um número acima das 900 mil pessoas com VIH que abandonam o tratamento, o Municipio do Lobito lidera com mais de 290 abandonos, por falta de assistência alimentar. A ausência de financiamento das organizações que olham com estes grupos alvos, não é admissível que o pais
recebi uma doação de 126 milhões de Dólares Norte Americana, apenas três Organizações para a Provincia de Benguela, duas para o Cuanza Sul e Três para o Bié, serão financiadas.
Por esta razão o fórum das Organizações da Sociedade Civil de Benguela e Cuanza Sul, apresentam à sua excelência Senhora Ministra da Saúde Dra. Silvia Lutukuta, uma nota de repúdio e apelamos abertura de um diálogo incluivo e que se possa incluir mais organizaçòes da três Provincias, para melhor resposta as
acções Comunitárias.
Pelas Orgniazações
das Três Provincias
Benguela, Bié e Cuanza Sul.
Adérito Tchiuca
Director executivo da A.LP.S
Muito Obrigado.
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