PRESIDENTE DA UNITA DIZ QUE “BARULHO” À VOLTA DA FUNDAÇÃO SAVIMBI SERVE ELEIÇÕES DE 2027
Luanda: O líder da UNITA disse esta quarta-feira, 10 de Julho, que é
legítimo os familiares de Jonas Savimbi assumirem a direção da Fundação que
homenageia o fundador do partido, associando “o barulho” em torno desta
entidade às eleições de 2027.
Fonte: Ang24h
“Uma fundação é um assunto
normalíssimo num estado democrático, não precisa de conferências de imprensa,
não precisa de discursos políticos, não precisa de muito barulho", disse
Adalberto Costa Júnior numa ação política da Frente Patriótica Unida (FPU) onde
foi questionado sobre a conferência de imprensa onde foram prestados
esclarecimentos sobre a fundação.
“Quando o barulho é grande,
quando a esmola é grande, o pobre desconfia”, rematou o líder da UNITA e da
FPU, que hoje se apresentou com os restantes dirigentes desta plataforma da
oposição angolana para fazer uma declaração sobre a o que classificam de
degradação de Angola.
Na semana passada, o
coordenador-geral da Fundação Jonas Malheiro Savimbi, Isaías Samakuva,
antecessor de Adalberto Costa Júnior na presidência da UNITA, disse que a
instituição tem apenas fins filantrópicos, afastando especulações de que
estaria a criar um partido político.
Sobre a Fundação Savimbi, Adalberto
Costa Júnior salientou que era um objetivo antigo de todas as direções da UNITA
e considerou que “é legítimo” que os familiares, nomeadamente os filhos,
assumam a direção e legalização de uma instituição deste género.
Mas, acrescentou, o país “está mal
no que diz respeito ao Estado de direito democrático” e, por isso, a UNITA
abandonou a CIVICOP (Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas de
Conflitos Políticos), instituída “em nome da reconciliação, mas com
instrumentalidade extrema”.
“Assistimos há pouco tempo às
instituições públicas a criminalizarem Savimbi. Quem manda na CIVICOP é o
Presidente da República, quem deu ordem para a legalização (da Fundação) é o
Presidente da República. Precisam de mais alguma resposta para saber que
estamos a fazer contas de 2027 [data de realização das próximas eleições gerais]
”?, atirou o presidente da UNITA.
Adalberto Costa Júnior sublinhou
que a UNITA está atenta, tal como a família Savimbi, às “agendas”.
“Tive uma longa conversa com a
família que está preocupada com as agendas particulares que desviam a Fundação
daquilo que é normal”, vincou.
Adalberto Costa Júnior foi também
questionado sobre um alegado “desvio ideológico” da UNITA, que negou, dizendo
que o partido do “Galo Negro” fundado por Joanas Savimbi “está bem e
recomenda-se”.
O responsável falou também sobre as
suas reuniões com o Presidente da República, João Lourenço, salientando que
nunca teve problemas em pedir audiências, mas admitindo que as dificuldades de diálogo
institucional são uma “circunstância pública”.
“Não faz sentido pedir audiências
que não sirvam para nada. Estes encontros devem servir para algo”, observou.
Sobre o combate à corrupção, que
tem sido erguido como bandeira do Presidente angolano e presidente do MPLA,
considerou que a Justiça em Angola se faz por opção.
“Os amigos são esquecidos nos
processos”, afirmou, lembrando vários pedidos de inquérito parlamentar da UNITA
que “ficaram na gaveta” e que foi a UNITA que produziu a primeira lei de
repatriamento de capitais, “sem objetivos persecutórios”, que foi chumbada pelo
MPLA, e lamentou o “amarrar de mãos das instituições judiciais”.
Sobre a aproximação recente da
UNITA à Rússia, lembrou que esta “foi uma parceira estratégica” de Angola e
parte dos acordos de paz, salientando que a UNITA “acha que deve dialogar com
todos”.
“Até porque aquilo que assistimos é
uma transferência de aliados entre o partido do regime que abandonou o seu
aliado tradicional e é comum dizer-se que se encontra hoje nos braços dos EUA,
não sei se é verdade ou não”, rematou, afirmando que a UNITA procura
“equilíbrios” sem fechar portas.
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