ECONOMISTA CRITICA A DISPONIBILIZAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA EMPRESAS VANDALIZADAS COM SEGURO ACTIVO
Benguela: O Economista Pedro Paca, teceu criticas ao executivo angolano por disponibilizar verbas para apoiar empresas que foram vandalizadas, durante a grave dos taxistas, que desencadeou na vandalização dos bens públicos e privados, em algumas províncias do país, com destaque na capital do país.
A recente decisão do Governo angolano de disponibilizar 50 mil milhões de kwanzas para apoiar empresas vandalizadas levanta sérias preocupações éticas, técnicas e de gestão orçamental. Embora a medida possa parecer solidária, carece de rigor e responsabilidade no uso dos recursos públicos.
1. Onde está o papel das seguradoras?
Empresas que operam legalmente devem, por norma, estar cobertas por seguros contra danos, incluindo vandalismo. Neste caso, a intervenção do Estado é uma sobreposição desnecessária, que pode até desincentivar a contratação de seguros e estimular a dependência estatal. Em vez de o erário público arcar com prejuízos alheios, é o setor segurador quem deve assumir esses encargos.
2. Critério de seleção duvidoso
Não há clareza sobre quais empresas serão beneficiadas, nem quais critérios serão usados para distinguir as que têm seguro das que não têm. Isso abre margem para favorecimento político, corrupção ou uso indevido de fundos, algo que a população já não tolera em meio à crise económica e à desconfiança generalizada.
3. Prioridades invertidas
O país enfrenta problemas estruturais graves: educação precária, sistema de saúde debilitado, desemprego alarmante e um custo de vida insustentável. Direcionar 50 mil milhões de Kz para empresas privadas — muitas das quais com mecanismos de proteção financeira — é um insulto à dignidade do cidadão comum.
4. População sem amparo
Enquanto empresários são ressarcidos com dinheiro público, as vítimas dos protestos, pequenos vendedores ambulantes e cidadãos comuns que perderam o sustento, continuam esquecidos. Onde estão os apoios a essas famílias? Que políticas sociais estão sendo desenhadas para elas?
5. Reforço à impunidade e falta de prevenção
A medida parece também premiar a má gestão e a falta de planejamento de risco das empresas. Governar é prevenir e não apagar incêndios com milhões públicos cada vez que há convulsões sociais.
Conclusão:
O governo deveria, no mínimo, condicionar qualquer apoio à comprovação da ausência de cobertura securitária e promover um fundo de emergência mais abrangente, voltado para todos os afetados, não apenas para grandes empresas. Este tipo de decisão revela uma governação desconectada da realidade popular e capturada por interesses corporativos.
Por:Pedro Paca
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