MORADORES DE ALGUNS BAIRROS CONSOMEM ÁGUA IMPRÓPRIA DE POÇOS E PEDEM INTERVENÇÃO DAS AUTORIDADES NO LUBANGO

Huíla: Vários cidadãos no município do Lubango, província da Huíla, continuam a consumir água imprópria proveniente de poços, partilhando o mesmo local de recolha com animais domésticos e até selvagens, situação que, segundo populares, coloca em risco a saúde pública.



Por: Laurentino Segunda /Huíla


O cidadão Manuel Tchissingui explicou que, no bairro da Eiva, particularmente nas zonas da Tenga-1 e Tenga-2, grande parte da população foi esquecida no âmbito do projecto “Água para Todos”, tendo o fornecimento beneficiado apenas uma minoria, enquanto a maioria continua a consumir água de fontes não seguras.


Tchissingui realçou que muitos moradores do Lubango enfrentam sérias dificuldades no acesso a água potável, denunciando que “as autoridades fingem desconhecer a realidade e estão mais preocupadas em investir na imagem da cidade, com obras supérfluas como jardins, enquanto os cidadãos sofrem com fome e sede devido à ausência de água nos bairros”.


Questionou ainda “se os governantes são, de facto, humanos e se possuem amor ao próximo”, acusando-os de “agir como se pensassem como instrumentos artificiais em vez de raciocinar com a consciência e a responsabilidade que lhes compete”.


Acrescentou que “o slogan segundo o qual o mais importante é resolver o problema do povo falhou completamente”, uma vez que, no seu entender, “os governantes limitam-se a fazer propaganda, enganando a população e deixando de cumprir com o dever de garantir condições básicas”.


Na sua ótica, “não há luta contra a pobreza, mas sim, uma luta contra o pobre”, sustentando “o povo já vive em situação de miséria e, mesmo assim, continua a ser sacrificado pela má governação, como se o objectivo fosse matá-lo pouco a pouco”, sustentou.


O cidadão frisou que Angola caminha para os 50 anos de independência e, apesar disso, “ainda existem comunidades, num município como o Lubango, recentemente eleito o melhor do país que vivem com escassez de água potável, obrigadas a consumir a mesma água dos poços utilizada também por animais”.


“Como se pode afirmar que o Lubango é o melhor município de Angola, quando os seus habitantes continuam a depender de poços sem condições, sem sequer sondas equipadas com sistemas solares?”, questionou.


“Nestes moldes será difícil combater surtos da cólera, uma doença directamente associada a águas contaminadas e fezes humanas, situação que se agrava pela inexistência de soluções estruturais para o abastecimento de água potável”.


“Pede-se que os governantes mudem de atitude, com vista a garantir maior tranquilidade à população, assegurando a entrega de bens e serviços básicos. O povo não está a pedir muito, apenas o essencial, algo que, até agora, os dirigentes não têm cumprido.”

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